Imagine-se em uma competição de corrida. Imagine-se em uma competição olímpica de corrida. Você está entre os melhores corredores do planeta aguardando pelo início da prova. Somente o primeiro colocado pode ser premiado. Não há medalhas para o segundo ou terceiro colocado.

Qual a chance de um homem aleijado fazer frente a um homem com pernas perfeitas? Imagino que não há a menor possibilidade.

Pois bem, a bíblia nos relata em João 5 uma situação muito semelhante a uma prova olímpica.

Na velha Jerusalém, havia um tanque chamado Betesda. Para muitos um lugar de sofrimento, já que muitos enfermos, mancos e cegos frequentavam aquele local. Mas, para estes homens enfermos, aquele era um lugar de esperança, pois ali aconteciam curas e milagres inexplicáveis. Deixe-me contar melhor esta história.

Na verdade, naquele tanque acontecia algo muito interessante: a bíblia relata que em certo tempo, um anjo descia até o tanque e agitava as águas, e o primeiro, e somente o primeiro que descesse à água após o toque era sarado de quaisquer enfermidade. Então, todos os enfermos daquela sociedade aguardavam ali a passagem do anjo para tocar as águas.

Eis aí o campo de provas. O tanque de Betesda não comportava medalhas de participação. Você deve ser o primeiro colocado para receber seu prêmio.

Em determinada ocasião, havia ali um homem cujo nome não se sabe, mas que há 38 anos estava paralítico. Podemos concluir que este homem era um perdedor nato. Com 38 derrotas em seu cartel, definitivamente ele não era o favorito naquela competição. Ele é o que nós chamamos de azarão; a famosa zebra.

Certo dia, o nosso competidor teve um encontro com o proprietário da sala de troféus, que compadeceu de sua situação. Obviamente, o homem não sabia que o dono dos troféus, Jesus, poderia lhe curar da sua enfermidade. Na realidade, ele não conhecia o poder do Filho de Deus.

Na ocasião do encontro, Cristo pergunta ao enfermo:

“Queres ficar são?”

Uma pergunta digna das nossas risadas.

Mas por que Jesus faria esta pergunta?

Aquele homem estava naquela corrida há 38 anos. Todas as vezes foi derrotado. Mesmo sabendo que não tinha menor chance, ele sempre estava lá para corrida. Ninguém poderia contestar a perseverança do paralitico.

Quanto a pergunta de Cristo, o homem faz uma alegação:

“Não tenho ninguém que me jogue na água depois que ela é agitada. E por isso, alguém sempre entra na minha frente.”

Jesus, em sua infinita compaixão, resolve dar ao homem o prêmio do vencedor:

“Levanta-te, toma teu leito e anda.”

Somente três sentenças terminaram com 38 anos de sofrimento:

Levanta-te!
Toma teu leito!
Anda!

Bastou isto para que o nosso velho perdedor tivesse sua saúde restabelecida.

Gritos de alegria! Louvores! Lagrimas de emoção! Afinal, um milagre!

Ossos em seus lugares, musculatura nova, nervos e peles, tudo em pleno funcionamento.

Um milagre! Quanta alegria!

Não naquele lugar, não naquele dia.

Era sábado em Jerusalém. Aos sábados as competições estão proibidas.

Ultraje!

“Você não pode carregar sua cama aos sábados em Jerusalém. Devolva sua medalha, você é um trapaceiro paralítico!”, diziam os judeus.

“Não se pode curar aos sábados.”, diziam eles.

“O que é permitido fazer aos sábados: o bem ou o mal, salvar a vida ou matar?”, disse Jesus.(Marcos 3,4)

Enquanto isso, o homem curado procurava o dono da sala de troféus que o havia curado de tão grave doença, mas não o encontrava porque havia se retirado do local.

Um novo ensino em Jerusalém: boas novas.

“Os sábados estão cancelados. Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também!”, disse Jesus, sob fortes ameaças dos judeus que queriam matá-lo.

“Quem é este louco que se passa por Filho de Deus?”, questionavam os judeus.

Jesus desejava levar o povo de Israel a uma nova realidade.

“O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado.”, dizia Jesus. “Eu sou o Senhor do sábado. Eu sou o Filho do Homem.”

Ele se revelou aos seus. O Seu poder e os sinais deixavam claro:

“Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Os judeus não compreendiam a divindade de Cristo, e muito menos a sua humanidade.

Ele é Deus.

Ele subjugou o império das trevas, derrotou satanás e arrancou das suas mãos as chaves da morte. Mas Ele era tão humano, tão humano, que chorava, alegrava-se, sentia fome e sede. Tão humano quanto eu e você.

Tão humano que se permitiu ser tocado por Tomé quando ressurreto.

Tão Divino que neste momento está a Destra de Deus Pai, Exaltado.

Eis que venho sem demora! Retenha o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. ( Ap. 3: 11)

Farei do vencedor coluna do santuário do meu Deus. ( Ap. 3: 12)

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Maicon Oliveira

Casado com a Carol, pai da Helena e servo fiel do Deus todo poderoso. Serve profissionalmente como Policial e tem um gosto especial pela escrita e leitura.