Quantas vezes você se deparou com debates intermináveis sobre alguma questão bíblica? Não sei você, mas eu já presenciei inúmeras ocasiões como esta. Praticamente todas elas não terminaram em nada, não foi possível tirar nada de proveitoso ou até mesmo ocasionaram discórdia e inimizade.
O que percebo é que quase todos os que caem nessa armadilha de entrar em debates infrutíferos, para não dizer malignos, carregam em si o anseio de estar certo, a necessidade de sair por cima ou o desejo de vencer um duelo. Como diria Salomão “tudo era vaidade e aflição de espírito.” (Eclesiastes 1:14 B). Diante disso gostaria de trazer alguns versículos que nos instruem a cerca disso.
Comecemos com 2 Timóteo 2. Se possível, faça a leitura completa desse capítulo, mas o ponto chave que quero abordar se encontra no versículo 14:
“Continue a lembrar essas coisas a todos, advertindo-os solenemente diante de Deus, para que não se envolvam em discussões acerca de palavras; isso não traz proveito e serve apenas para perverter os ouvintes.” 2 Timóteo 2:14.
Não há como ser mais claro que isso! Paulo simplesmente orienta Timóteo quanto as consequência dessa prática que não traz proveito algum, mas sim perverte, prejudica, machuca, denigre e afasta os que estão presentes. Há muitas pessoas afastadas, desviadas dos caminhos de Deus porque foram machucadas e/ou ofendidas em discussões a cerca da Palavra de Deus.
Mateus, então você está dizendo que eu não posso discordar, que devo aceitar toda e qualquer posição, que não devo defender minha fé? NÃO. Ainda no capítulo 2 de 2 Timóteo, no versículo 24 para ser mais preciso, Paulo nos orienta sobre qual deve ser a nossa postura enquanto cristãos:
“Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente.” 2 Timóteo 2:24.
Logo, nós podemos discordar ou nos defender de ataques a nossa fé, porém, sem jamais esquecer do que disse Paulo: não nos convém brigar. Nosso dever é ensinar com todo amor e dedicação, sendo sempre pacientes. O que não pode nos faltar é humildade para assumir nossos erros e equívocos, reconhecer que não somos detentores da verdade absoluta e saber quando ceder ou sermos firmes. Isso não é uma tarefa fácil, nos restando apenas seguir o exemplo de Cristo, como está escrito em Mateus 11:29: “aprendei de mim [Jesus], que sou manso e humilde de coração”
Romanos 14:13 – 23 é um exemplo clássico do que acabei de discorrer. Nesta ocasião, Paulo exorta os romanos em relação às discussões que estavam havendo acerca do que era permitido ou não comer, semelhante ao que acontece hoje com os debates com adventistas sobre a carne de porco.
13 – Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não pôr pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.
14 – Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que nenhum alimento é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro.
15 – Se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu.
16 – Aquilo que é bom para vocês não se torne objeto de maledicência.
17 – Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo;
18 – aquele que assim serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens.
19 – Por isso, esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua.
20 – Não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem.
21 – É melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a cair.Romanos 14: 13 – 23
Se Paulo abriu mão de certas comidas para não entristecer alguns cristãos da igreja de Roma, então: